Sites Grátis no Comunidades.net Criar uma Loja Virtual Grátis

Comunicações



Total de visitas: 19359
Jornal

Panorama da história do jornalismo impresso

A primeira forma de se transmitir notícias foi o boca-a-boca, que se limitava àquilo que o informante via, ou seja, os eventos próximos ao local onde fora contada a notícia. Tempos depois, na Idade Média, os predecessores dos jornalistas eram os bardos viajantes da Europa Central, que, usando baladas, reportavam e comentavam os acontecimentos do dia nas feiras, mercados e cortes aristocráticas. Houve também formas iniciais de transmissão de notícias por escrito – para quem era, pois, alfabetizado – que se desenvolveram até se transformarem naquilo que conhecemos por jornal impresso, surgido em Roma, onde notícias eram divulgadas por meio da Acta Diurna Populi Romani (“Relatos diários ao povo de Roma”), uma placa de avisos exposta em lugares públicos a mando de Júlio César que relatava factualmente o dia anterior e continha propagandas do governo, tais como os feitos militares, em maior quantidade que informação propriamente dita.

Os primeiros jornalistas-escritores foram correspondentes dos príncipes governantes, das cidades imperiais, das cidades-estado ou das grandes casas comericais. Durante toda a Idade Média até o início da Moderna, as notícias eram mais comumente transmitidas pelas suas cartas, onde os delineamentos entre correspondência particular e informação para o destinatário eram flexíveis. Com a invenção da prensa móvel por Gutemberg, em 1456, disseminou-se de uma maneira mais ampla as notícias; panfletos com notícias apareceram junto com os livros - mais precisamente, a Bíblia. A primeira coleção e distribuição profissional e comercial de notícias para o público foi na Veneza do século XVI, onde os scrittori d’avvisi reuniam informações de toda índole, as copiavam e vendiam em troca de uma moeda chamada gazetta. Vale ressaltar que com a chegada da impressão com tipo móvel não foram retirados imediatamente do mercado os jornais manuscritos, pois estes podiam oferecer informação exclusiva, rápida e confidencial, driblando melhor as medidas de censura, institucionalizadas devido à publicação de folhetos anticlericais ou de outros materiais críticos logo depois que Gutenberg inventou a máquina de imprimir com tipos móveis.

Muito tempo se passou antes de se chegar às quatro características dos jornais modernos: 1. publicidade; 2. atualidade (ou seja, informação que se relaciona com o presente e o influencia); 3. universalidade (sem excluir nenhum tema); 4. periodicidade (distribuição regular). Isto só ocorreu depois da Revolução Francesa, no século XVIII. Porém, ainda no século XVI, os assuntos “maravilhosos” e “assustadores” atraíam maior interesse, e os editores os enfatizavam, alcunhando-lhes de “verdadeiras raridades”.